Luis Alfredo Garavito Cubillos (Génova, Quindío, Colômbia, 25 de janeiro de 1957, também conhecido como "La Bestia" foi um dos serial killers mais cruéis de todos os tempos. Filho mais velho de uma família com sete irmãos, cresceu em um lar violento, sofria abusos verbais e físicos por parte do pai e era alvo de bullying na escola. Além disso, foi vítima de abusos sexuais cometidos por dois vizinhos por diversas vezes.
Saiu de casa aos 16 anos e foi viver para uma cidade vizinha. Não conseguia manter um emprego fixo pelo seu comportamento inquieto e violento. O trabalho mais estável que teve foi como vendedor de estátuas religiosas e santinhos com orações.
Com dificuldade para manter um trabalho e a estabilidade emocional, Garavito tornou-se alcoólico aos 21 anos. Chegou a tentar cometer suicídio. Buscou os serviços de assistência social da Colômbia, mas a ajuda psicológica que recebia apenas se focava na depressão, enquanto na realidade ele lidava com problemas muito maiores…
Vivia dentro dele um indomável desejo extremo de matar, que o oprimia e dominava. E então em 1992, aos 45 anos, finalmente cedeu e começou então a sua horrível senda de morte.
Garavito violou, torturou e assassinou mais de 150 crianças, com idades entre 6 e os 16 anos. Em tribunal, Garavito assumiu a responsabilidade pela autoria de “apenas” 138 crimes. No entanto, a polícia acredita que o número é muito superior e até ao dia de hoje continua-se a investigar nesse sentido.
Luis Garavito cumpre sentença em uma prisão de segurança máxima na Colômbia. Está em isolamento, separado dos outros prisioneiros para sua própria segurança. Todas as coisas a que tem acesso, seja comida ou bebida, são-lhe entregues apenas por pessoas em quem ele confia, já que não goza de qualquer simpatia entre os restantes prisioneiros.
Desde 1960, a Colômbia que enfrentava uma guerra civil, após mais de 25 anos já inúmeras pessoas tinham sido vítimas deste conflito. Isso causou um grande número de desalojados, sendo uma boa parte deles crianças, que por morte dos progenitores não tinham qualquer sítio para onde ir ou morar. Como a grande maioria não tinham familiares, ninguém teria conhecimento caso estas crianças desaparecessem. Garavito não só sabia desta situação, como se aproveitaria da mesma durante vários anos.
Disfarçava-se como sendo alguém com intenção de ajudar as crianças desalojadas. Umas vezes disfarçava-se de padre outras de agricultor ou idoso. Constantemente variava a forma de se disfarçar, para confundir as autoridades. Oferecia emprego, comida e ajuda para atrair as suas vítimas. Garavito levava as crianças para locais isolados e mostrava-se interessado por conhecê-las melhor por forma a conquistar a sua confiança.
Quando surgia a oportunidade o serial killer entrava em acção. Amarrava as crianças e torturava-as de forma cruel. Os corpos das vítimas, tinham sinais de tortura excessiva desde marcas de dentadas, penetração anal, dedos, mãos, orelhas e olhos cortados, sendo que o golpe fatal era degolar a vítima, ainda que em algumas ocasiões foi mais longe arrancando a cabeça ou os membros do cadáver. E foi assim que o assassino agiu impunemente durante cerca de 7 anos.
Levou cerca de 5 anos para que a polícia começasse a ter conhecimento do desaparecimento das crianças. Em fevereiro de 1998, a polícia localizou uma vala comum com duas crianças mortas, estavam ambas amarradas e com sinais de extrema mutilação. A poucos metros do mesmo local, outro cadáver foi encontrado sendo que todos tinham as gargantas cortadas. Durante as investigações, na proximidade dos cadáveres a polícia encontrou uma morada manuscrita num papel.
O endereço era da namorada de Garavito, o que levou a polícia a investigar o casal com especial incidência nas rotinas do homem. Foi então que a polícia que após profunda investigação, encontrou uma espécie de diário, onde o assassino guardava fotos das vítimas e onde também registava pormenorizadamente cada um de seus crimes. A partir desse momento a polícia tinha finalmente um suspeito, no entanto não foi fácil encontrá-lo e detê-lo de imediato.
Um sem abrigo que se encontrava sentado num beco notou um homem estranho a seguir uma criança. O sem abrigo por achar demasiado evidente este comportamento, resgatou a criança e avisou prontamente a polícia que de imediato conseguiu prender Garavito no dia 22 de abril de 1999. Já sob custódia judicial, a polícia conseguiu arrancar uma confissão do homem, que assumiu ter assassinado 138 crianças. O número de vítimas é baseado na localização de ossadas que foram listadas num mapa desenhado pelo próprio assassino, no entanto este número pode vir a superar as 300 vítimas. Foi descrito pela imprensa como “o maior assassino em série do planeta” em virtude do elevado número de vítimas.
Garavito foi considerado culpado em 138 dos 172 casos de que fora acusado; outros tantos casos ainda continuam sob investigação.
Foram 13 anos, multiplicados pelos 138 crimes, o que totalizou um cúmulo de 1853 anos e 9 dias. No entanto, 22 anos foram reduzidos da sua pena por ter auxiliado a polícia a localizar a maior parte dos corpos das vítimas. A lei colombiana não autoriza a prolongamento da sentença, porque em casos de assassinos em série, como o de Garavito, não existem precedentes no país, assim não tendo o sistema legal como analisar este caso. Nos anos seguintes, a população colombiana sentiu que a possível saída de Garavito de prisão estava cada vez mais perto, considerando que sua sentença não foi punição suficiente pelos crimes por ele cometidos. No final de 2006, entretanto, uma revisão criminal dos casos contra Garavito por uma jurisdição diferente da que o condenou poderia prolongar o cumprimento de sua pena, devido a existência de crimes que ele não admitiu e, logo, não fora condenado. Entretanto, ele ainda é investigado pelo homicídio de 172 crianças em mais de 59 cidades colombianas.
Está preso na cadeia de Villavivencio. A opinião pública tem pressionado para que a pena seja ampliada, mas, se nada mudar, ele sairá em liberdade em 2021.
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